sábado, 5 de março de 2011

SOBRE A DOR DO MESMO ERRO


Primeiro um erro, depois o outro, o mesmo. E assim vem a falha, depois a desculpa, e a tristeza. E então, mais do que a qualquer outra pessoa você promete a si mesmo não se deixar tropeçar novamente pela mesma pedra. “Permanecer no erro é burrice!” É assim que dizem, não? – Ninguém é tão desligado a ponto de deixar isso acontecer uma segunda vez! – Você pensa, e diz, e repete, e repete...
E no seu caminho você está tão cego pelo balanço de mar calmo que o vai e vem daquelas palavras causavam, que nem percebe que já passou por aquele lugar. Até você cair. O mesmo lugar, o mesmo erro, na mesma ferida, mas não a mesma dor.
É que machucar ferida aberta dói mais, e você havia prometido, você prometeu! É dor de vergonha, de lamento por não ser perfeito para quem se ama. Porque por mais que saibamos que a perfeição é uma utopia, é isso o que queremos, ser perfeitos.
E as palavras ditas em virtude do seu erro queimam mais que qualquer chama. Ferem porque você sabe que é culpa sua, porque você poderia ter evitado se fosse cuidadoso, porque você tem medo de que alguém seja a perfeição que você não é. E cada palavra digerida, cada verdade a você dita é uma lágrima salgando o teu rosto, ardendo como se você chorasse o mais forte dos ácidos. Mas você mereceu.
Sinceramente eu não me importo que as pessoas me machuquem, pois eu mesmo as machuco. Sei das minhas falhas, e da falta que fazem os detalhes que eu insisto em negligenciar, por isso eu as entendo. E embora em pedaços a minha dor logo passa se elas estiverem lá pra enxugar o meu pranto, pois assim saberei que apesar de tudo eu ainda sou amado.
E eu não posso fazer nada além de morrer tentando ser o melhor. Eu não posso deixar de amargar os meus desacertos, eu não sou capaz! E assim, imperfeito, cheio de falhas, muitas vezes repetidas, eu acordarei sempre motivado pelo mesmo desafio, o de ser para aqueles que amo alguém importante como a mais perfeita das pessoas jamais sonharia ser.

4 comentários:

  1. O que nos fazem ser diferentes são as nossas imperfeições. O que nos tornam necessários são nossas diferenças.
    Bjos

    ResponderExcluir
  2. Claro que nossa natureza busca a perfeição. Mas não precisamos ser tão exigentes conosco. Se um erro é tão recorrente, talvez seja algo natural e não necessariamente um erro. Talvez uma cultura defina isso como erro e outras não!
    Eu já fui muito exigente com meus acertos e me ferrei muito. Devemos tentar ser melhores, mas precisamos entender que estamos "in the right track".
    You're in the right track, baby!!!
    LOL

    ResponderExcluir
  3. Concordo plenamente com o que você falou Vato. O Erro em questão é de fato um erro, ele vai além do cultural, rs. Alguns de nossos erros sao tao recorrentes porque de fato fazem parte da nossa essencia mesmo. Mas é sempre complicado sabe. Lidar com um Eu Ideal, e um EU Real. Muitas pessoas, nós inclusive, nos castigamos demais em relação a isso.

    ResponderExcluir
  4. Bom dia, Vinicius.

    No meu blog eu grito, narrando fatos verdadeiros até nos seus pequenos detalhes, porque ninguém vai interromper, pela falta da arte de saber ouvir.

    Estou lhe seguindo e voltarei depois, para ler com mais calma.

    Um grande abraço.
    Maria Auxiliadora (Amapola)

    ResponderExcluir