terça-feira, 20 de setembro de 2011

1 Month Ago...


(...)
— É que eu tenho medos, sabe? Medo de que as coisas não dêem certo, medo de não ser o momento, sei lá...
— Eu sei, entendo você. Eu também tenho esses medos. Mas sabe, e eu vou falar por mim agora, eu não quero deixar que o meu medo me impeça de viver tantas coisas felizes que estão acontecendo, entende? Eu não queria mais ter tanto medo do que quer que seja, quero dizer, eu não sei do futuro, sabe? Não sei o que pode acontecer amanhã, e a única chance de saber é não me apegando a esses temores, entende?  
— É, eu concordo com você...
— Não estou aqui falando em promessas e votos de pra sempre, sabe? Não quero construir ilusões nem prever o futuro porque eu não tenho essa habilidade. Estou olhando pro presente, e o meu hoje está tão bom, que há alguns dias eu venho me perguntando: por quê não? 
— Mas é que sei lá...Quer dizer... Na verdade eu nem sei o porquê de eu estar discutindo isso com você se eu concordo com tudo o que você disse. Você está certo e eu nem tenho como negar isso.
— Eu não sei bem se é questão de discordar ou concordar. Mas é que a gente nunca sabe qual é a chance da vida da gente, e se a minha chance for essa eu não gostaria de deixar ela passar, não quero que no futuro eu olhe pra trás, me lembre de você e me pergunte como eu poderia ter sido feliz, sabe? 
(...)
— E se eu te pedisse em namoro agora?
— Eu aceitaria!
— Bem, então...
Passei pelo menos dois dias tentando articular essa conversa. Imaginando expressões, momentos certos para o que quer que fosse e até respostas para qualquer réplica que você me lançasse. Pensei em mil maneiras de te falar tudo, de te dizer o que eu sentia e de como eu desejava que as coisas fossem dali em diante. Tinha medo de pular qualquer etapa, de me precipitar e perder tudo de tão especial que nós tínhamos até ali.
Os dias vinham seguindo numa tranquilidade e alegria que por alguns momentos parecia simplesmente inacreditável. Pouco a pouco você ia se tornando mais presente nos meus pensamentos e nossos momentos juntos carinhosamente recordados desde o primeiro deles.
Naquele momento, diante de você, enquanto toda a minha conversa mentalmente planejada ruía e dava lugar a um discurso improvisado, a minha mão tremia tímida e gelada sobre a minha perna de maneira que eu só conseguia perceber o quanto era bom estar contigo. Tudo o que eu mais queria era segurar a tua mão, te abraçar e assim permanecer por tempo suficiente para que fosse possível gravar cada detalhe do que estava acontecendo, para que eu pudesse sorrir cada vez que eu recordasse desse amor que estava por nascer.

— Bem, então o que você acha de nós... quero dizer... Você aceit...
— Ok,eu aceito!
Vinte de agosto, eu, perdido na minha fala confusa, tentava te pedir a chance de continuar retribuindo todo o bem que você estava me fazendo até que você me interrompe com um sim tão direto a ponto de me fazer feliz de uma maneira que eu nem lembrava mais ser possível de se sentir.